Dia do Pinguim ou caminhada noturna...

Dizem os espíritos e as bruxas da Serra de Sintra que nunca antes numa noite de Halloween se tinha visto algo assim. Por entre a escuridão, um grupo de… Não. Não podia ser. Juntaram-se todos e tentaram perceber o que ali se passava, reunidos numa espécie de cabana no meio daquele breu e árvores altas, que rompiam pelo céu acima à luz da pequena lua que se conseguia vislumbrar por entre as nuvens. Depois de alguma discussão entre espíritos, bruxas e outras criaturas habitantes da noite por aqueles lugares, conseguiram finalmente perceber. Era um grupo de VALENTES PINGUINS, que decidiram sair da sua zona de conforto e “saíram fora da caixa” para fazer uma bela caminhada noturna, correndo o risco de se depararem com rituais satânicos, ou outros…

Antes, porém, juntaram-se num cruzamento para os lados da Malveira da Serra, a banquetearem-se com um belo frango assado, acompanhado por umas castanhas, jeropiga e, mais para o fim, por um belo tinto para afastar os maus pensamentos acerca da aventura que se avizinhava.

Fizeram-se à estrada e, chegados ao destino, equiparam-se a rigor, com gorros e kispos baratos, porque ali se esperava estarem 8 terríveis graus… frio… muito frio. Alguns pinguins tinham medo, muito medo do escuro e por isso não hesitaram em levar as suas lanternas, não fossem pisar algum ser vivo mais pequenino que por ali passasse. A verdade é que também tinham medo de torcer um pé. E, como sabemos, um pinguim com o pé torcido não consegue participar em plenas condições nas provas que aí se avizinham.

Ao que parece não tinha havido um reconhecimento prévio do percurso a fazer, o que veio permitir momentos de uma grande boa disposição quando todos se perderam em busca de um suposto miradouro…

Por entre grandes moitas de silvas a dificultar a locomoção, um dos pinguins dizia: “Abra-se a garrafa de Pedra Cavada”, enquanto outro via no GPS (pinguins muito evoluídos tecnologicamente) a localização do grupo destemido. Não havia mais caminho para a frente. Voltaram para trás e, sem saberem bem como, conseguiram voltar para as suas viaturas.

As bruxas, espíritos e demais seres comentavam perplexos, enquanto os pinguins se afastavam, que não compreendiam como não tinham sido capazes de provocar ao menos um grito de terror...